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terça-feira, 1 de março de 2011

O papel do professor universitário na EaD

Analisando ainda o papel do professor universitário na EaD, listaremos abaixo algumas funções do professor presencial e algumas novas funções para o professor de EaD:

- Professor formador: orienta o estudo e aprendizagem, dá apoio psicossocial ao estudante, ensina a pesquisar, a processar a informação e a aprender; corresponde à função propriamente pedagógica do professor no ensino presencial;

- Professor conceptor e realizador de cursos e materiais: prepara os planos de estudos, os currículos e programas; seleciona conteúdos, elabora textos de base para unidades de cursos (disciplinas); esta função – didática – corresponde à função didática, isto é, à transmissão do conhecimento realizada em sala de aula, geralmente através de aulas magistrais, pelo professor do ensino presencial;

- Professor pesquisador: pesquisa e se atualiza em sua disciplina específica, em teorias e metodologias de ensino\aprendizagem, reflete sobre sua prática pedagógica e orienta e participa da pesquisa de seus alunos;
- Professor tutor: orienta o aluno em seus estudos relativo à disciplina pela qual é responsável, esclarece dúvidas e explica questões relativas aos conteúdos da disciplina; em geral participa das atividades de avaliação;

- Tecnólogo educacional (designer ou pedagogo especialista em novas tecnologias, a função é nova, o que explica a dificuldade terminológica): é responsável pela organização pedagógica dos conteúdos e por sua adequação aos suportes técnicos a serem utilizados na produção dos materiais; sua função é assegurar a qualidade pedagógica e comunicacional dos materiais de curso, e sua tarefa mais difícil é assegurar a integração das equipes pedagógicas e técnicas;

- Professor recurso: assegura uma espécie de balcão de respostas a dúvidas pontuais dos estudantes com relação aos conteúdos de uma disciplina ou questões relativas à organização dos estudos ou às avaliações (muito solicitadas na época que precede às avaliações, esta função é normalmente exercida pelo tutor, mas não necessariamente);

- Monitor: muito importante em certos tipos específicos de EaD, especialmente em ações de educação popular com atividades presenciais d exploração de materiais em grupos de estudo (“recepção organizada”).

O monitor coordena e orienta esta exploração. Sua função se relaciona menos com o conhecimento dos conteúdos e mais com sua capacidade de liderança, sendo em geral uma pessoa da comunidade, formada para esta função, de caráter mais social que pedagógico.
O professor não é mais a fonte principal do conhecimento, mas alguém que estimula, orienta o estudante na pesquisa de novos conhecimentos, lidando com os pós e os contras da tecnologia. Para este foco deverá estar voltado a formação de docentes do ensino superior para a EaD. 
Conquistar a confiança do professor nas inovações tecnológicas, gerenciar trabalhos em equipe, delegar tarefas e atualização constante, são temas que devem ser difundidos na formação desses novos educadores.




Referências Bibliográficas


BELLONI, Maria Luiza. Educação á distância. 3. Ed. Campinas. SP: Autores Associados, 2003.

PALLOF, Rena M; PRATT, Keith. Construindo comunidades de aprendizagem no ciberespaço. Porto Alegre: Artmed, 2002.

LITWIN, Edith. Educação à Distância – Temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

MORAN, José Manuel. O que é educação a distância. Disponível em www.eca.usp.br\prof\moran\textosead.htm

MORAN, José Manuel. Professores e gestores previsíveis e os inovadores. Disponível em www.eca.usp.br\prof\moran\previsiveis.htm

VOIGHT, Patrícia da Cunha Garcia. Investigando o papel do professor em cursos de educação á distância. Disponível em www.abed.org.br\congresso2004\por\htm\143-TC-D2.htm.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

As possíveis dificuldades dos professores no EAD

O professor agora precisa integrar a pedagogia e a técnica para mediatizar os cursos: “Isto posto, saber  ¨mediatizar¨  será uma das competências mais importantes e indispensáveis à concepção e realização de qualquer EaD. De certa forma, ao preparar suas aulas e os materiais que vai utilizar, o professor ¨mediatiza¨, embora o meio mais importante neste caso seja a linguagem verbal direta, o que significa que mediatizar o ensino não é uma competência totalmente nova. 
O que é novo é o grande elenco de mídias cada vez mais ¨performantes¨ disponíveis hoje no mercado e já sendo utilizadas por muitos aprendentes fora da escola, o que acarreta uma crescente exigência de qualidade técnica por parte dos estudantes” (BELLONI, 2003). 
Considerando que vivemos numa sociedade onde cada vez mais a tecnologia invade os ambientes de trabalho, se expandindo para as esferas da vida social, concluímos que se a educação não incorporar as NTIC em seu dia a dia, a comunicação com essa nova geração será seriamente prejudicada, pois os jovens perderão a motivação e se afastarão de instituições obsoletas. Isso não quer dizer que as NTIC vão substituir os livros didáticos, mas serão instrumentos imprescindíveis neste intercâmbio. “ O que nos leva ao problema fundamental da educação, a formação de formadores, pois não se pode pensar em qualquer inovação educacional sem duas condições prévias: a produção de conhecimento pedagógico e a formação de professores. 
A perspectiva da formação de professores exige a reflexão sobre como integrar as TICs à educação como caminho para pensar como formar os professores enquanto futuros usuários ativos e críticos bem como os professores conceptores de materiais para a aprendizagem aberta e  a distância. (Belloni, 2003). 
Usar intensamente a tecnologia no ensino torna o ensino mais complexo, daí vem a transformação do papel do docente no ensino universitário a distância: a preparação e autoria de cursos agora serão apresentados em livro-texto ou manual, programas em áudio, vídeo ou informática. 
A orientação será através de tutoria a distância, individualizada, mediatizada através de diversos meios acessíveis. Exigirá também do professor que saiba trabalhar em equipe, pois a apresentação final do seu trabalho envolverá várias pessoas: o professor vai selecionar o conteúdo e preparar seus programas de ensino; o editor vai dar legibilidade neste trabalho e o tecnólogo educacional vai organizar pedagogicamente os materiais. Para finalizar o artista gráfico vai trabalhar sobre a aparência visual e arte final do texto. Muitas pessoas da área de TI serão envolvidas neste processo. 
Neste processo de aprendizagem aberta e autônoma, onde tantas tecnologias são incorporadas no novo processo de ensino, está a explicação da mudança do papel do professor: aqui o mesmo se tornará parceiro dos estudantes no processo de construção do conhecimento, em atividades de pesquisa e na busca da inovação pedagógica e fará com que o professor crie novos métodos para o trabalho docente com práticas inovadoras. Para que o professor passe da condição de “mestre” para posição de parceiro, este terá necessidade mais acentuada de atualização constante, tanto em sua disciplina específica, quanto em relação às metodologias de ensino e novas tecnologias. Além disso, ao invés de deter a palavra na sala de aula, passará para os diálogos dinâmicos dos laboratórios, salas de meios, e-mails, telefone, etc;


Referências Bibliográficas

BELLONI, Maria Luiza. Educação á distância. 3. Ed. Campinas. SP: Autores Associados, 2003.

O professor e o EAD


A EaD está centrada no processo de aprendizagem do aluno e não no processo de ensino do professor. O professor passa a exercer uma função de prestador de serviços para este aluno onde o ensina  a aprender e forma o aprendente autônomo.
“Na EaD a maior parte do tempo do professor não é “lecionar”, mas acompanhar, gerenciar, supervisionar, avaliar o que está acontecendo ao longo do curso. 
O papel do professor muda claramente: orienta, mais do que explica. Isto também pode acontecer na educação presencial; mas até agora desenvolvemos a cultura da centralidade do papel do professor como o falante, o que informa, o que dá respostas. A EaD de qualidade nos mostra algumas formas de focar mais a aprendizagem do que o ensino.” (MORAN, 2007).  
Sabemos que ainda é muito cedo para percebermos a autonomia, a independência do novo perfil do estudante universitário e sabemos que isso ainda não ocorre nas universidades. O que pretendemos ao levantar essa discussão, é perceber que o ensino superior precisa sofrer transformações de modo que incentive, estimule e encoraje o aluno a uma aprendizagem autônoma.

“As sociedades contemporâneas e as do futuro próximo, nas quais vão atuar as gerações que agora entram na escola, requerem um novo tipo de indivíduo e de trabalhador em todos os setores econômicos: a ênfase estará na necessidade de competências múltiplas do indivíduo, no trabalho em equipe, na capacidade de aprender e de adaptar-se a situações novas. Para sobreviver na sociedade e integra-se ao mercado de trabalho do século XXI, o indivíduo precisa desenvolver uma série de capacidades novas: autogestão (capacidade de organizar seu próprio trabalho), resolução de problemas, adaptabilidade e flexibilidade diante de novas tarefas, assumirem responsabilidades e aprender por si próprio e constantemente trabalhar em grupo de modo cooperativo e pouco hierarquizado” (BELLONI, 2003). 

Referências Bibliográficas

BELLONI, Maria Luiza. Educação á distância. 3. Ed. Campinas. SP: Autores Associados, 2003.

MORAN, José Manuel. Professores e gestores previsíveis e os inovadores. Disponível em www.eca.usp.br\prof\moran\previsiveis.htm